quarta-feira, maio 17, 2006

3 - FCP - Estadio, pavilhão e centro de treinos







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O estádio do Dragão é um estádio de futebol localizado no Porto. É propriedade do Futebol Clube do Porto, que aí normalmente joga os seu jogos em casa. Tem uma capacidade de 52 000 espectadores, todos sentados. O estádio do Dragão foi construído para substituir o velho estádio das Antas. Foi inaugurado em 16 de Novembro de 2003 num jogo particular com o FC Barcelona e utilizado em 2004 em cinco jogos do campeonato do Campeonato Europeu de Futebol de 2004 (Euro 2004), foi palco do jogo inaugural deste grande evento desportivo, disputado entre Portugal e a Grécia no dia 12 de Junho, onde a equipa anfitriã foi derrotada por 2-1. Aqui também tiveram lugar os jogos da fase de grupos Alemanha - Holanda e Itália - Suécia, a 15 e 18 de Junho, respectivamente, e ainda o jogo dos quartos-de-final entre a República Checa e a Dinamarca, e a meia-final que opôs a Grécia e a República Checa. O estádio teve uma construção conturbada. Durante a construção, conflitos entre o presidente do clube,
Jorge Nuno Pinto da Costa e o presidente da autarquia, Rui Rio, levaram a sucessivas paragens na obra e adiamentos. O estádio foi projectado pelo arquitecto Manuel Salgado e custou cerca de 98 milhões de euros, dos quais 18.5 milhões pagos pelo Estado. Durante a construção, houve uma viva discussão sobre o nome a dar ao estádio. Estádio das Antas, Novo estádio das Antas e estádio Pinto da Costa foram alguns dos nomes propostos. Pinto da Costa recusou o seu próprio nome e escolheu Dragão por referência ao dragão que figura nas armas da cidade e no emblema do clube.
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Todos os números do Dragão:
Capacidade do estádio:50.214 lugares
Lugares de empresa:1.176
Lugares de tribuna:898
Camarote presidencial:120
Camarotes de cinco a seis estrelas: 372
Camarotes de venda livre:596
Camarotes de família:1.120
Lugares de bancada:45.634
Lugares de deficientes eacompanhantes: 104
Lugares de Imprensa: 194
Lugares estacionamento:1186 lugares (47.749 m2)
Vip: 272
Lugares de empresa: 240
Zona desportiva: 48
Zona Técnica: 100
Venda livre: 516
Painéis electrónicos: 2
Ecrans plasma: 200
Family Entertainment Center: 10.030 m2
Bingo: 2.031 m2
Ginásio/piscinas: 3.794 m2
Restaurante: 847 m2
Outros espaços: 700 m2
Escritórios do F.C. Porto: 1.730 m2
Trabalhadores: 705
Áreas de Lojas Betonadas: 92.285 m2 (acumulados)
Toneladas de aço em betão armado: 12.450 (acumulados)
M3 de betão aplicados: 89.311 m3 (acumulados)
ML de degraus de bancada montados: 29.300 ml (acumulados)
Pavimentos térreos: 32.100 m2
M2 de paredes: 71.800 m2
Estrutura metálica da cobertura: 3.800 toneladas
Azulejos e cerâmicos: 21. 121 m2
Estuques: 12.950 m2
Portas: 460 unidades
Chapas de policarbonato da cobertura: 34.000 m2
Rocha e outros sedimentos retirados da área de construção:1,2 milhões m3
Estacas implantadas: 652 (corresponde a 9,3km)
Toneladas em betão armado: 5050
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Da Rainha ao Dragão, todas as casas do F.C. Porto:
Os primeiros jogos do então Football Club do Porto serviam, antes de mais, para mostrar ao público um desporto já popular em Inglaterra. O primeiro de que há conhecimento aconteceu a 8 de Outubro de 1893, no Hipódromo de Matosinhos, e nele participaram duas equipas formadas pelos sócios do clube. Entre a assistência encontravam-se as senhoras «chiques» da Foz, Leça e Matosinhos. E porque se viviam tempos de cavalheirismo, foram os próprios jogadores que levaram as cadeiras destinadas ao público feminino. Poucos meses depois, em Março de 1894, a equipa que então já era «azul e branca» participou noutra partida, destinada a atribuir a Cup d’El Rey (e na qual esteve presente o monarca) que teve lugar no «very british» Oporto Lawn and Tennis Club, no Campo Alegre. O adversário foi o Sport Lisbonense. Rezam as crónicas que este jogo foi marcado por muitos assobios, não aos lisboetas, mas aos ingleses, uma vez que não estavam ainda esquecidos os episódios do Ultimato e do Mapa cor-de-rosa.
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O Campo da Rainha (1906/1912)
Até 1906, e devido a outros compromissos do seu fundador, António Nicolau d’Almeida, o F.C. Porto entrou num período de letargia, do qual foi despertado por José Monteiro da Costa. Depois de «ressuscitar» o clube, tratou de arranjar equipamentos e de conseguir um campo onde a equipa pudesse treinar e jogar. Com a ajuda do pai, que era membro da Associação de Jardineiros, alugou um terreno que era propriedade da Companhia Hortícola Portuense. Situava-se no número 371 da Rua da Rainha que, com a implantação da República passou a chamar-se Rua Antero de Quental. Aí foram construídos uma casita e um balneário, marcados os limites de um campo que tinha 30x50m e instaladas duas balizas. No entanto, este campo recebia também outros eventos como gincanas de burros, ténis e provas de atletismo. Sempre com a animação musical proporcionada pela banda que actuava no coreto. Mais tarde, a Companhia Hortícola transferiu os viveiros que tinha instalado nesse local e alugou toda a parcela de terreno ao clube por 1200 reis, o que permitiu a ampliação das instalações: foram construídos vestiários, balneários , um pequeno bufete, um campo de cricket e um ginásio. Este novo campo já tinha as medidas regulamentares e foi o primeiro relvado do nosso país. As bancadas eram compostas por uma fila de tijolos pintados de branco e tinham capacidade para cerca de 500 pessoas. Foi aqui que decorreram os primeiros encontros com equipas estrangeiras e a primeira recepção ao Benfica.
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O campo da Constituição (1912/1952)
Em 1911, a construção de uma fábrica no espaço ocupado pelo Campo da Rainha obriga o F.C. Porto a procurar uma nova casa. No ano seguinte, encontram finalmente o espaço desejado: ficava na Rua da Constituição e tinha a área ideal para a prática de futebol, ténis e instalação de uma sede. A renda era de 350$00 ao ano, mas existia a necessidade de efectuar obras. A mudança fez-se em Setembro e dois meses depois já ali funcionava a secretaria do clube. A inauguração oficial, porém, só aconteceu entre 26 de Janeiro e 1 de Fevereiro, com a realização de um Torneio Internacional, em que participaram, para além do F.C. Porto, o Benfica (que venceu), o Real Vigo e o Oporto Cricket. Em Maio de 1914, inaugurou-se um ringue de patinagem, modalidade então muito em voga. O contrato de arrendamento foi sendo renegociado ao longo dos anos, mas em 1922 surgiu a ideia de fazer um novo campo. Iniciaram-se as negociações com o proprietário da Quinta das Oliveiras, na zona de Nova Cintra; os donos do terreno acabaram por desistir do negócio, mas foram obrigados a pagar ao F.C. Porto uma indemnização de vinte contos. Foi com essa verba que se construíram as bancadas do Campo da Constituição.
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O Ameal, o Lima e a história dos «andrades»
Nos anos 30, o F.C. Porto tinha já alguma projecção em termos nacionais e recebia frequentemente a visita de equipas estrangeiras. Os jogos com o Benfica, por exemplo, eram sinónimo de grandes receitas, mas o campo da Constituição revelava-se exíguo para a grandiosidade destes eventos. Em 1937, em Assembleia-geral, foi feita a proposta para que o clube contraísse um empréstimo para a construção de um estádio próprio. Para o efeito, os sócios teriam de subscrever obrigações. No entanto, a procura não correu como o previsto e o sonho foi adiado. O F.C. Porto alugou então, para os jogos grandes, o campo do Ameal, um dos melhores estádios de Portugal, que recebeu mesmo alguns encontros da selecção nacional. Mas o Sport Progresso, arrendatário do terreno, reclamou em tribunal por alegadas falhas no pagamento. Os portistas passaram então a jogar no campo do Lima, que era utilizado pelo Académico e cujo aluguer era considerado exorbitante pelos sócios dos «azuis e bancos». Os três clubes envolveram-se então numa guerra de comunicados, que culminou numa série de acontecimentos estranhos: um incêndio destruiu parcialmente as bancadas da Constituição; e as do Ameal foram destruídas a camartelo. Houve quem atribuísse essa demolição ao senhorio, alegadamente portista e que teria pensado que assim poderia mais facilmente vender o campo do Ameal ao seu clube do coração. Houve quem nunca perdoasse ao senhor Andrade tal gesto e por isso os simpatizantes dos «azuis e brancos» começaram a ser conhecidos por «andrades»...
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O sonho das Antas
Retomaram-se os jogos na Constituição (cuja bancada foi reconstruída a toda a pressa antes do início do campeonato de 1938/39); os encontros mais importantes continuaram a ser feitos no Lima, mediante o pagamento ao Académico de 5% da receita ilíquida do encontro. Uma situação que, com o passar dos anos se tornou insustentável e que fez ressurgir a necessidade de construir um estádio que respondesse às necessidades de um clube em crescimento. Em Junho de 1949, o F.C. Porto já tinha 48 mil metros quadrados na zona das Antas, mas eram precisos mais 15 mil. Por ideia do padre Marcelino da Costa, foi iniciada a campanha dos golos: por cada golo marcado, o clube depositaria um escudo no Montepio Geral; mas quem quisesse poderia contribuir com os seus «golos» e houve quem tivesse «marcado» algumas centenas. A 4 de Dezembro, o ministro das Obras Públicas entrega ao clube os terrenos das Antas e no dia seguinte ajuda a lançar a primeira pedra. A situação económica não era, porém, famosa e o então sócio número um, José Bacelar, deu uma ajuda, pagando o primeiro dia das obras do novo estádio. Gastou 675$00, mas recebeu a gratidão do seu clube. A 26 de Junho de 1951 foi lançada a semente da relva do estádio, que viria a ser inaugurado a 28 de Maio de 1952.
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A mudança para o Dragão
Com a atribuição da organização do Euro 2004 a Portugal, surgiu a oportunidade de o F.C. Porto vir a construir um novo estádio, que pudesse acolher jogos do campeonato europeu e permitir ao clube ter uma casa mais moderna, que proporcionasse maior conforto aos seus adeptos. A obra surgiu, sofreu alguns contratempos por causa do polémico Plano de Pormenor das Antas, mas avançou. Houve quem quisesse chamar-lhe Pinto da Costa, mas ficou baptizado como Estádio do Dragão.A despedida do «cinquentão» Estádio das Antas já começou: a última partida a contar para a Superliga foi o encontro com o Nacional, no passado dia 31 de Outubro. Os jogos da primeira fase da Liga dos Campeões, por ordem da UEFA, terão ainda de ser disputados no velho estádio, que terá a sua última partida europeia a 26 de Novembro, frente ao Partizan. Depois, todos os encontros terão lugar na nova casa, que acolherá, no próximo dia 12 de Junho, o jogo inaugural do Euro 2004.As mudanças não se limitam ao novo estádio: toda a área envolvente sofreu profundas transformações. E até o quotidiano dos portuenses será alterado, dada a existência de novas vias de comunicação, áreas comerciais e de lazer.
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Centro de Treinos e Formação Desportiva Porto Gaia
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O Centro de Treinos e Formação Desportiva Porto Gaia está localizado em Crestuma-Olival (Vila Nova de Gaia), a apenas alguns quilómetros das Antas. Este novo centro é já considerado ao nível dos melhores na Europa, com todas as condições para um clube da dimensão do FC Porto. Para além de quatro campos relvados, um dos quais equipado com uma bancada com capacidade para cerca de 5000 espectadores, o FC Porto terá a sua disposição um relvado artificial, certificado pela FIFA. Esta certificação é única na península Ibérica e só outros cinco campos do género na Europa têm esta certificação. Note-se que este equipamento permitirá uma utilização de 7-9 horas por dia, em contraste com relvados normais, que geralmente são utilizados por períodos de 2 horas. Isto é particularmente importante num centro que será utilizado não sómente pelo futebol profissional mas também pelos escalões de formação. O Centro está dividido em três grandes blocos - um para a equipa principal, outro para a equipa «B» e o terceiro para o futebol jovem. Está igualmente planeada a construção de um hotel, que servirá as equipas do FC Porto para a realização dos seus estágios. A inauguração do Centro contou com a presença de importantes individualidades. Na foto estão Luis Filipe Menezes (Presidente da Câmara Municipal de Gaia), Angel Villar (Vice-Presidente da UEFA e Presidente da Federação Espanhola de Futebol) e Jorge Nuno Pinto da Costa (Presidente do FC Porto).
Quando se chega à entrada do Centro, apenas se vê a portaria e acessos. O Centro está resguardado de olhares indiscretos. Dessa forma, os jogadores podem concentrar-se exclusivamente no seu treino... Depois de entrar, as indicações são precisas. As facilidades à disposição da comunicação social, assim como a recepção, ficam para um lado...o universo do futebol mais para cima... O Centro de Imprensa possui instalações de sonho para a comunicação social, com todo o tipo de equipamentos necessários ao seu trabalho. Existem 5 campos de futebol. O centro deste «universo futebolístico» é o mini-estádio, com capacidade para 5000 espectadores. Aqui se jogam os encontros da equipa «B», assim como de algumas classes de formação. Para além deste relvado do mini-estádio, o centro conta com mais quatro relvados, dos quais um sintético, certificado pela FIFA. Esta certificação é única na península Ibérica e na Europa, só outros cinco campos do género possuem esta certificação. As instalações de treino e formação são simplesmente excelentes. Mais uma vez, existem áreas bem diferenciadas: aquela que é utilizada pela equipas equipas profissionais (principal e «B»), e a das classes de formação (júniores «A» e «B»). Para além disso, estão previstas instalações para as equipas técnicas e para a administração do clube. O interior destes edifícios revela-nos algumas das instalações de luxo à disposição dos jogadores, para que nada lhes falte. Balneários, piscinas, saunas, salas de musculação e massagens, etc. Se os jogadores são «mimados» com o que há de melhor para oferecer num centro de treinos, as equipas técnicas e a administração não são esquecidas...


Pavilhão multiusos
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O futuro pavilhão multiusos do FC Porto vai ser uma realidade. O arquitecto é Manuel Salgado, também responsável por essa maravilhosa obra que é o estádio do Dragão. A sua apresentação foi feita na última assembleia geral do clube. O novo espaço será composto por dois pavilhões, situados no lado Nascente do Estádio do Dragão, entre o recinto azul e branco e a Via de Cintura Interna, que tornarão o complexo desportivo do FC Porto ainda mais rico e mais atractivo em termos urbanísticos. Com a estação de metro de um lado e o novo complexo comercial e habitacional do outro, o pavilhão multiusos do FC Porto será um espaço versátil e confortável, vocacionado para actividades desportivas, mas também para concertos, exposições e iniciativas culturais. O pavilhão A (597 lugares) está direccionado para treinos e aquecimentos, enquanto o Pavilhão B (1967 lugares) será o principal deste equipamento multiusos e terá uma maior lotação e altura, de forma a receber grandes jogos e grandes eventos. Recorde-se que no projecto inicial da cidade desportiva do FC Porto, o pavilhão multiusos estava projectado para o outro lado da VCI, como se pode ser pela imagem. O próprio Manuel Salgado apresentou, durante a Assembleia Geral do FC Porto, o futuro pavilhão aos associados azuis e brancos, através de uma exposição documentada com fotogramas. A reacção dos sócios, contou Sardoeira Pinto, foi de imenso agrado, tendo-se congratulado com o bom gosto das linhas do espaço.