sábado, maio 27, 2006

7 - FCP - Os Estrangeiros Famosos



Drulovic------------------------- Zahovic

Alenitchev-----------------------Jankauskas

Doriva------------------------------Timofte

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Jogadores estrangeiros que se notabilizaram
Teófilo Cubillas - Peruano
Branco - Brasil
Geraldão - Brasil
Doriva - Brasil
Aloisio - Brasil
Casagrande - Brasil
Elói - Brasil
Jardel - Brasil
Mlynarczyk - Polónia
Madjer - Argélia
Drulovic - Jugoslávia (Sérvia)
Kostadinov - Bulgária
Flávio - Brasil
Juary - Brasil
Timofte - Roménia
Zahovic - Eslovénia
Alenitchev - Rússia
McCarthy - África do Sul
Seitaridis - Grécia
Lucho Gonzalez - Argentina
Diego - Brasil
Jankauskas - Lituania
Pepe - Brasil
Paredes - Paraguai
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Treinadores estrangeiros
Bobby Robson
Tomislav Ivic
Joseph Szabo
Dorival Yustrich
Otto Glória
Bella Guttmann
Co Adriaanse
Carlos Alberto Silva

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Rabah Madjer

Nacionalidade: Algelino
Nasceu a: 15/02/1958- Alger. (1,78 m - 69 kg).
Posição: Atacante.
Clubes:
Onalait d'Hussein-Dey (1972/1973), MA Hussein-Dey (1973/1983), RC Paris (1983/1985), Tours (1985), FC Porto (1985/1988), FC Valencia (1988/1988), FC Porto (1988/1991).
Palmarés:
Bola d'Ouro Africana (1): 1987, (2° 1985, 3° 1990).
Taça das nações Africanas (1): 1990.
Taça dos Clubes Campeões Europeus (1): 1987.
Taça Intercontinental (1): 1987.
Supertaça Europeia (1): 1987.
Champeonato de Portugal (2): 1986, 1990.
Taça da Algéria (1): 1979.
Taça de Portugal (1): 1991.
Supertaça de Portugal (2): 1986, 1991.
Melhor jogador da Algéria (1): 1987.
5° Melhor jogador Africano du século IFFHS.
Participações em fases finais do campeonato do mundo(2): 1982, 1986.
Internationalizações: 87 Jogos - 40 golos.

Carreira de Treinador:
Tr. Adjunto Algéria (1991/1992), Seleccionador Algéria (1993/1994), Tr. FC Porto Juniores (1995/1996), Al Wakra (Qatar) (1998/1999), Seleccionador Algéria (1999/2002).
Palmarés Treinador:Campeão do Qatar (1): 1999.
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Mario JARDEL Almeida Ribeiro

Nacionalidade: Brasileiro
Nasceu em: 18/9/1973 em Fortaleza (1,88 m - 76 kg).
Posição: Atacante.
Clubes:
Vasco da Gama (1990/1995), Gremio Porto Alegre (1995/1996), FC Porto (1996/2000), Galatasaray (2000/2001), Sporting (2001/2003), Bolton Wanderers (2003/2004), Ancona (2004), Palmeiras (2004), Newell's Old Boys (2004), Alavés (2005), Goiás (2005).
Palmarés:
Taça Libertadores (1): 1995.
Supertaça Europeia (1): 2000.
Recopa da América do sul (1): 1995.
Campeonato do mundo juniores (1): 1993.
Taça Guanabara (1): 1994.
Campeonato Carioca (3): 1992, 1993, 1994.
Taça do Rio Janeiro(1): 1993.
Campeonato Gaúcho (1): 1995.
Champeonato de Portugal (4): 1997, 1998, 1999, 2002.
Taça de Portugal (3): 1998, 2000, 2002.
Supertaça de Portugal (2): 1996, 1998.
Campeonato da Argentina (1): 2004.
Melhor marcador do campeonato de Portugal (5): 1997, 1998, 1999, 2000, 2002.
Melhor jogador do campeonato português (3): 1997, 1999, 2002.
Bola de Ouro "jornal A Bola" (2): 1997, 1998.
Melhor marcador na Europa (2): 1999, 2002, (2°1997, 3°2000).
IFFHS' World's most effective Top Division Goal Scorer of the Year (2): 1999, 2002.
IFFHS' World's best Top Division Goal Scorer of the Year (2): 1999, 2000.
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Teófilo Cubillas

Melhor marcador de todos os tempos da selecção peruana com 26 golos em 86 jogos oficiais. Contando com os jogos amigáveis, jogou 117 jogos e marcou 45 golos no total. Nasceu 8 de março de 1949 Lima, Puente Piedra. Jogou desde pequeno no Alianza Lima e sempre se destacou pela boa técnica para jogar futebol. Faz parte da lista dos melhores futebolistas de sempre da FIFA.
Carreira:
1963-1973 Alianza Lima
Melhor marcador do campeonato peruano em 1964 e 1971
1973-1974 Basileia
1974-1976 FC Porto
1976-1978 Alianza Lima
1979-1984 Strikers de Fort Lauderdale (retirou-se)
1987-1988 Devido à morte de todos os jogadores do Alianza Lima jogou mais uma época no seu clube de sempre.

Marcou pelo Alianza Lima 295 golos.

Jogou 120 jogos pelos Strikers e marcou 59 golos.

Marcou num jogo 3 golos num espaço de tempo de 7 minutos.

Começou a jogar pela selecção do Perú com 20 anos.

Os 10 golos marcados em mundiais colocam Cubillas como o 7º goleador de sempre dos campeonatos do mundo.

Premios:
Melhor Jogador do Ano na América do Sul 1972.
Melhoror Médio do Ano na Liga 1981.
Bota de Prata do Campeonato do Mundo Argentina 1978 por ser segundo melhor marcador.
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Branco

Cláudio Ibraim Vaz Leal, conhecido como Branco (Bagé, 4 de abril de 1964) foi um jogador brasileiro de futebol. Lateral, jogou na Seleção Brasileira. Também jogou no Fluminense, sendo ídolo da torcida Tricolor. Actuou no Campeonato Italiano e Português. Ganhou, entre outros, o título brasileiro de 1984, três títulos cariocas (1983 a 1985) e participou das copas de 1986, 1990 e 1994, sendo que nesta última, marcou um golo decisivo na vitória por 3 a 2 sobre a Holanda, nas quartas-de-final, de falta.

Carreira:
1995/96 Middlesbrough
1995 Corinthians
Flamengo
1994 Fluminense
1993 GrêmioGenoa
1991/92 Genoa
1990/91 Genoa
FC Porto
1989/90 FC Porto
1988/89 FC Porto
1987/88 Brescia
1986/87 Brescia
1986 Fluminense
1985 Fluminense
1984 Fluminense
1983 Fluminense
1982 Fluminense
1981 Internacional
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Emil Kostadinov

Emil Kostadinov (Bulgaro: Емил Костадинов) nasceu a12 de Agosto, 1967 em Sofia) e foi avançado. É muito conhecido por ter marcado dois golos à França para a qualificação do Campeonato do mundo de 1994 que foram decisivos para a eliminação da França, é muito odiado pelos franceses.
Kostadinov marcou 26 golos em 70 jogos pela selecção, formou uma grande dupla com Hristo Stoitchkov na selecção nos anos 90, ajudando inclusive a Bulgária a ficar em quarto em 1994 World Cup. Jogou também no EURO 96 e 1998 World Cup. A nivel de clubes jogou pelo CSKA Sofia, Deportivo de La Coruña, FC Porto, Bayern Munich, Fenerbahçe, FSV Mainz, e UANL Tigres.

Carreira:
1999/00 Mainz
1998/99 Tigres UANL
1997/98 CSKA Sofia
1996/97 Fenerbahçe
1995/96 Bayern
1994/95 BayernDeportivo
1993/94 FC Porto
1992/93 FC Porto
1991/92 FC Porto
1990/91 FC Porto
1989/90 CSKA Sofia
1988/89 CSKA Sofia
1987/88 CSKA Sofia
1986/87 CSKA Sofia
1985/86 CSKA Sofia
1984/85 CSKA Sofia
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Jósef Mlynarczyk
Jósef Mlynarczyk (nasceu a 20 Setembro 1953, em Nowa Sól) foi um grande guarda-redes polaco na década de 80. Jogou pela Polónia nos campeonatos do mundo de 82 e 86. assinou pelo FC Porto em 1986 e ganhou pelo clube os maiores títulos internacionais de clubes.

Carreira:
1989/90 FC Porto
1988/89 FC Porto
1987/88 FC Porto
1986/87 FC Porto
1985/86 FC Porto
1984/85 Bastia
1981/82 Widzew
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Aloísio

Aloísio Pires Alves nasceu a 16 Agosto 1963, foi um dos melhores centrais que passaram por Portugal. Ganhou a medalha de prata pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de 1988 em Seoul.
Jogou pelo Sport Club Internacional e FC Barcelona antes de assinar pelo Futebol Clube do Porto, em 1990/91, onde jogou até terminar a sua carreira. Antes de se retirar em 2000/01, com 37 anos, ganhou 7 campeonatos em Portugal.
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Bella Guttmann
Data de nascimento: 26/01/1905
Nacionalidade: Húngaro
Campeonatos conquistados:
Itália: Milan (54/55)
Hungria: Ujpest (38/39, 45/46)
Portugal: FC Porto (58/59);
Benfica (59/60 e 60/61)

Mais do que um treinador, era um feiticeiro. Um professor, táctico e psicólogo, que correu mundo a ensinar futebol. Curiosamente, começou a carreira de treinador nos EUA, onde terminou como jogador, no Giants de Nova Yorke. O primeiro titulo surgiria já na sua Hungria, com o Ujpest, em 39. Tacticamente, foi um dos mestres do 4x2x4. Após a guerra, em 1950, o salto para Itália, onde conquistou o titulo, em 55, no Milan. Depois de também sagrar-se campeão no Brasil, em 57, com o São Paulo, chegaria, a Portugal, já com 54 anos. Seria campeão, primeiro, no FC Porto, mas os grandes feitos surgiriam no Benfica: Três campeonatos e duas Taça dos Campeões. Sairia, em 62, furioso, vociferando pragas, rumando ao Peñarol. Nunca mais, no entanto, voltaria ser campeão. Morreria a 29 Agosto de 1981.

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Sir Bobby Robson

Sir Robert William Robson, nasceu a 18 Fevereiro de 1933, conhecido por Sir Bobby Robson foi jogador e treinador de futebol.
Robson é considerado como um dos melhores treinadores inglesesde sempre. Foi seleccionador inglês e treinou grandes clubes europeus. É membro do English Football Hall of Fame e Presidente Honorário do Ipswich Town.
Como jogador:
Robson assinou pelo Fulham F.C. em Maio de 1950, jogando com extremo. Mudou-se para o West Bromwich Albion F.C. em Março 1956 onde jogou 257 jogos, marcando 61 golos e jogou 20 jogos pela selecção Inglesa como médio. Em Agosto 1962, regressou ao Fulham antes de uma passagem pela equipa canadiana Vancouver Royals onde foi jogador/treinador na época 1967-68 na North American Soccer League.
Carreira de Treinador:
Fulham-Treinou a equipa desde Janeiro até Novembro de1968.
Ipswich-Mudou-se para o Ipswich Town F.C. em 1969, e foi aí que ganhou reputação como treinador. Foram 13 anos de ligação ao clube, em que apenas contratou a outros clubes 14 jogadores, usando sempre como maioria jogadores formados no clube.
A 7 Julho 2006, Bobby Robson foi nomeado Presidente Honorário do Ipswich Town Football Club.
Inglaterra-Robson chegou à selecção em 1982 sucedendo a Ron Greenwood depois do Mundial de Espanha. Foi afastado do Mundial de 86 pela Argentina com o famoso golo de Maradona (mão de Deus). Conduziu a Inglaterra às mais finais no mundial de 90 onde perdeu com a Alemanha (Alemanha Ocidental).
Europa: Eindhoven, Lisboa, Porto, Barcelona-Em 1990 mudou-se para a Holanda para treinar o PSV Eindhoven. Apesar de ganhar 2 campeonatos não era visto como grande treinador devido às fracas prestações nas competições europeias. Mudou-se para o Sporting CP em 1993, foi despedido em Dezembro de 1994, apesar da boa classificação do clube na tabela. Mudou-se para os rivais do FC Porto e depressa começou a ganhar fama. Nessa meia época no Porto conquistou a Taça de Portugal e conquistou nos dois anos seguintes o campeonato nacional, chegando mesmo a conseguir alguns recordes para o clube. Chamou a atenção do país vizinho e mudou-se para Barcelona onde conquistou a Taça do Rei e a extinta Taça dos Vencedores das Taças em 1997. Desde os tempos do Sporting CP o seu braço direito era na altura José Mourinho que passou de tradutor a Treinador-adjunto. Apesar de ter continuado no clube por mais uma época deixou de ser o treinador principal, cargo que tinha sido ocupado por Van Gaal. Regressou na época 1998/99 ao PSV Eindhoven.
Newcastle-Em Setembro de 1999 assinou pelo Newcastle United e por lá esteve até 2004, não consegui contudo conquistar qualquer título.
Irlanda-Em Junho de 2005 rejeitou um convite para treinar a seleção da Irlanda.

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Tomislav Ivic
Data de nascimento: 30/6/1933
Nacionalidade: Croata
Campeonatos conquistados:
Jugoslávia: Hajduk Split (73/74, 74/75 e 78/79)
Holanda: Ajax (76/77)
Bélgica: Anderlecht (80/81)
Portugal: FC Porto (87/88)

Teve sempre o rótulo de defensivo, mas, na frieza dos resultados, é dos mais vitoriosos técnicos de todos os tempos. As primeiras conquistas surgiram na Jugoslávia, com três títulos no Hajduk Split, nos anos 70. Seguiram-se vitórias na Bélgica, com o Anderlecht, e na Holanda, com o Ajax. Chegou a Portugal para treinar o FC Porto, em 87. Era assobiado pelo futebol calculista praticado, mas, no fim, foi campeão com 12 pontos de avanço. Renegado pelos adeptos, acabaria por sair. Também treinou em Espanha e Grécia, mas sem sucesso. Em 91/92, começou a época no Marselha, mas seria despedido após ser eliminado da Taça dos Campeões. Seria Goethals a guiar a equipa ao titulo numa época que começara a ser preparada por Ivic, por isso, diz, que um pouco desse titulo também é seu...

1969-1972 NK Split
1972-1976 Hajduk Split
-1972 - Taça
-1973 - Taça
-1974 - Taça
-1974 - Campeonato
-1975 - Campeonato
-1975 - Taça
-1976 - Taça
1976-1978 Ajax Amsterdam
-1977 - Campeonato
-1978-1980 Hajduk Split
-1979 - Campeonato
-1980-1983 RSC Anderlecht
-1981 - Campeonato
-1983-1984 Galatasaray SK
-1985 - Taça
-1984-1985 U.S. Avellino
-1985-1986 Panathinaikos
-1986-1987 Dinamo Zagreb
-1987-1988 FC Porto
-1987 - Taça Intercontinental
-1988 - Taça
-1988 - Campeonato
1988-1990 Paris Saint-Germain
-1990-1991 Atlético Madrid
-1991 - Taça
-1991-1992 Olympique Marseille
-1992-1993 SL Benfica
-1993-1994 FC Porto
-1994-1995 National team Croatia
-1994-1995 Dinamo Zagreb
-1995-1997 Al Wasl & National team U.A.E.
-1997-1998 Pirouzi (Persepolis FC) & National teamIran
-1998-2000 Standard Liège
-2001-2002 Olympique Marseille
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De Van Gaal a Adriaanse

QUANDO SE CONTRATA UM TREINADOR, CONTRATA-SE, AO MESMO TEMPO, O SEU MODELO DE JOGO.
É uma das perguntas teóricas mais feitas no futebol: o que está primeiro, o sistema ou os jogadores? A resposta certa escapa, porém, a esta simples dicotomia. O que está primeiro é o modelo de jogo do treinador. Quando no início da época se contrata um treinador, os clubes devem ter presente que mais do que o líder ou o estratego, contrata-se também, simultaneamente, o seu modelo de jogo preferencial.
A partir desse momento, a construção da equipa – e do plantel- deverá ser feita tendo em conta essa referência, de forma a permitir por em prática a sua filosofia de jogo, sistema e táctica. Não faz sentido, um treinador alterar o seu modelo de jogo de equipa para equipa em função dos jogadores. Tal só significaria falta de personalidade táctica e, até incoerência ideológica. Aceitando uma realidade dessas, o treinador, no caso de insucesso, seria condenado sem defender as suas ideias, mas sim por aplicar as dos outros, esses sim os principais responsáveis –dirigentes ou administrações- que, impunes, limitam-se a despedir o treinador, fugir ás suas responsabilidades, e contratar outro técnico, quase sempre com um modelo completamente diferente. Este cenário sucede todas as épocas, em vários clubes e nele está a razão para a maioria dos incussesos de muitas equipas de quem até dizem ter bons jogadores. É verdade, até, muitas vezes, só que esse talento não existe no vazio, para ser aplicado necessita de moldura táctica-técnica –modelo de jogo- capaz do potenciar.A confusão de competências que cruzam os actuais departamentos de futebol – presidente da SAD, director desportivo, treinador- impede muitas vezes, sem uma articulação correcta, a construção de uma ideologia comum que respeite os princípios atrás referenciados. No fundo, a ultima palavra deveria pertencer sempre ao treinador, e isso, na maioria das vezes, não acontece. Como é possível então julgá-lo depois pelos resultados se ele não teve condições para por em pratica o seu modelo? Ou seja, é condenado pelas ideias dos outros. Muitas vezes, porém, mesmo com sintonia de ideias desde o primeiro dia, não é possível encontrar todas as condições –entenda-se jogadores- para colocar em prática esse modelo de jogo. Nesses casos, o treinador terá de procurar novos equilíbrios, capaz de conciliar as suas ideias com as limitações presentes.
Procurando um caso particular, esta situação é clássica quando treinadores rumam a países com culturas tácticas muito diferentes. É o caso dos treinadores holandeses. Sucedeu, por exemplo, com Van Gaal em Barcelona, sucedeu, esta época, com Adriaanse no Porto. Quer um como o outro sempre preconizaram o 3x4x3 como modelo preferencial. Chegaram a trabalhar juntos nele, aliás, no Ajax, entre 92 e 96. Van Gaal na equipa principal. Adriaanse no centro de formação. No final, o Ajax tornou-se um modelo do jogar em 3x4x3, ganhou a Champions com esse sistema, com um golo marcado por um miúdo saído, poucos meses antes, da escola de Adriaanse, Kluivert. Passaram onze anos desde essa data, e ambos continuam, em locais diferentes, fieis aos seus princípios de jogo e opções tácticas. Pode-se discordar, amar ou odiar, mas é isto que faz, na essência, um grande treinador: a coerência com um modelo de jogo. Ganhar ou perder com ele, mas defendê-lo e aplicá-lo com convicção.
Quando rumaram a Espanha e Portugal ambos tiveram, no entanto, dificuldades em colocar em prática o seu modelo logo de inicio. Van Gaal viu que o seu sistema não tinha de imediato aplicação em Barcelona pois necessitava que todos os jogadores estivessem educados para jogar nele, interpretando as suas dinâmicas de transição defesa-ataque-defesa. Face a isso recuou estrategicamente, aproveitou o que o seu sucessor –nesse caso Bobby Robson- tinha feito, e, ao mesmo tempo, foi educando os jogadores para, mais tarde, jogar no seu modelo. Como? treinado princípios de jogo que embora primeiro apontados para ser usado no sistema, digamos, intermédio, também pudessem ser, mais tarde, aplicados no seu 3x4x3. A grande nuance esteve, então, na acção dos laterais. Ferrer, Reiziger, Bogarde, Sergi. Antes, na defesa a «4» podiam atacar até á linha adversária. Depois, com defesa a «3», limitavam-se a quase nem passar do meio campo, só se aventurado, esporadicamente, um deles.
Foi um pouco o que também fez Adriaanse no Porto. Nas suas anteriores equipas (Az, Ajax, Willem II) também jogara sempre neste sistema. No Porto, treinou esses princípios de jogo desde o inicio, mas como viu não ter jogadores educados para o interpretar na pleinitude desde o inicio, fez o mesmo recuo estratégico.Todas as dinâmicas e princípios treinadas nesse período já tinham subjacente, porém, educar os jogadores para, mais tarde, aplicar o 3x4x3 (ou 3x3x4) e seu verdadeiro modelo. Pensem nas permanentes subidas do lateral esquerdo César Peixoto, que também deixava a equipa na transição ofensiva só com três defesas, e como a então debatida posição de Postiga, falso 10 atrás do ponta de lança, reflecte exactamente os mesmos princípios de movimentação hoje feitos por Adriano e McCarthy Para um treinador, mesmo após despedido, sair com a consciência tranquila, só se antes tiver perdido com as suas convicções e não com as dos outros. O argumento demolidor das vitórias calou os críticos e Adriaanse ganhou duas vezes. Antes de jogar e depois de jogar. Faz lembrar uma história de Sacchi, quando um treinador, pressionado pelos resultados e decisões, desabafou com ele: “Decidi tirar um jogador que era intocável para o público e a imprensa. Agora, se perder, perco duas vezes. No campo e fora dele”. Sacchi escutou e disse-lhe: “É verdade. Mas se fizeres o contrário do que pensas, perdes antes de jogar!...”
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Nasceu a 21/07/1947 em Amesterdão
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Carreira como treinador
1997 a 2000 Willem II;
2000 a 2002 Ajax;
2002 a 2005 AZ Alkmaar;
2005 a 2006 FC Porto