domingo, setembro 07, 2008

Um jovem com sabedoria de velho

VÍTOR BAÍA

Nome: Vítor Manuel Martins Baía
Data de nascimento: 15-10-1969
Naturalidade: Afurada
Posição: guarda-redes
Clubes principais: FC Porto e Barcelona
Jogos pela Selecção Nacional: 80
Estreia: 19-12-1990, na Maia, frente aos Estados Unidos (1-0)
Último jogo: 7-9-2002, em Birmingham, frente à Inglaterra (1-1)


Na tradição de outros grandes guarda-redes que passaram pela Selecção Nacional, Vítor Baía rapidamente se distinguiu pela sua sobriedade e elegância. Foi cedo, muito cedo para um jogador na sua posição, que costuma necessitar de mais de maturação, que Baía se instalou na baliza do FC Porto. Aos 19 anos já tinha provado a titularidade, aos 20 já era titular indiscutível. Um jovem com a sabedoria de um velho. E os troféus acumularam-se rapidamente nas suas vitrinas. Em oito épocas foi cinco vezes campeão nacional.

Depois do Euro 96, num tempo em que também era o indiscutível dono das balizas da Selecção Nacional, Vítor Baía seguiu para Barcelona, atraído pela grandeza do clube catalão e pelos milhões com que lhe acenavam: foi o guarda-redes mais caro da história do futebol mundial. A relação com o Barca foi de amor-ódio. Na primeira época, com Bobby Robson, que já o havia treinado no FC Porto, Vítor Baía foi grande. Não ganhou o título espanhol, mas foi vencedor da Taça das Taças com uma equipa na qual jogavam, igualmente, Fernando Couto e Luís Figo. Depois, com a chegada do holandês Van Gaal, a sua estrela apagou-se. Baía deixou de ser utilizado e o seu estatuto de guarda-redes mais caro do mundo jogou então contra si. Regressaria ao FC Porto a meio da época de 1988-89 para começar uma nova vida. E que vida! Voltou a ser campeão, venceu a Taça UEFA e a Liga dos Campeões, tornou-se num dos jogadores portugueses mais titulados de sempre.

80 jogos cumpriu Vítor Baía com a camisola da Selecção Nacional. Desde que se estreou, em Dezembro de 1990, na Maia, contra os Estados Unidos, ganhou a aura de indiscutível. Mantê-la-ia por muitos anos até que os problemas que viveu em Barcelona começaram a reflectir-se também na equipa das quinas. Uma lesão complicada no joelho foi e veio. Durante a fase final do Euro 2000 foi um dos esteios da equipa. Nos quartos-de-final, contra a Turquia, com o resultado em 1-0 para Portugal, defendeu um «penalty» que pode ter sido decisivo para a presença na célebre meia-final contra a França. Aí já não conseguiu repetir a proeza e deter o remate de Zidane que afastaria a Selecção Nacional da ambicionada final, no último minuto do prolongamento.

O apuramento para o Mundial 2002 trouxe-lhe novas amarguras. A lesão manteve-o fora dos jogos preliminares e chegou ao Oriente com um mundo de dúvidas pairando sobre a sua cabeça. António Oliveira, o seleccionador, apostou nele para a fase final do torneio. Portugal saiu pela porta pequena, mas Vítor Baía não foi o culpado. Mas, a partir daí, primeiro com Agostinho Oliveira e, mais tarde, com Luiz Felipe Scolari deixou de fazer parte das opções técnicas.