domingo, setembro 21, 2008

Uma dimensão diferente do futebol

ANTÓNIO OLIVEIRA

Nome: António Luís Alves Ribeiro Oliveira

Data de nascimento: 10-6-1952
Naturalidade: Penafiel
Posição: médio
Clubes principais: FC Porto, Bétis, Penafiel e Sporting
Jogos pela Selecção Nacional: 24/7 golos
Estreia: 13-11-1974, em Berna, frente à Suíça (0-3)
Último jogo: 21-9-1983, em Lisboa, frente à Finlândia (1-0)

Se houve no futebol português alguém com um talento verdadeiramente extraordinário e que não tenha tirado cabal aproveitamento dele, esse alguém chama-se António Oliveira. Como ninguém, Oliveira tinha uma intimidade assustadora com a bola e ela obedecia-lhe a todos os caprichos. A forma como a conduzia, geralmente com a parte exterior do pé, era única e os seus passes e remates, cortados, cheios de efeitos surpreendentes, causavam situações devastadoras para os adversários e proporcionavam aos seus companheiros momentos gloriosos na frente das balizas.

Infelizmente para o futebol, embora talvez felizmente para si próprio, António Oliveira nunca levou a profissão completamente a sério. Os primeiros anos, no FC Porto, foram marcados por uma irregularidade aflitiva nas suas exibições. Só depois de completar 23 anos se assumiu como o génio de um conjunto que procurava pôr fim a um longo jejum de 20 anos sem vencer o Campeonato Nacional. Então, Oliveira foi extraordinário! Ele era o grande maestro de um novo FC Porto que dominava o futebol português e começava a afirmar-se como uma das grandes equipas da Europa. Uma célebre vitória frente ao Manchester United, por 4-1, fez dele um jogador apetecível para os maiores clubes estrangeiros. Surgiram oportunidades várias, mas Oliveira decidiu-se pelo Bétis de Sevilha. Não aguentou a distância do seu mundo e a experiência terminou ao fim de seis meses.

Na Selecção Nacional nunca ganhou verdadeiro espaço como jogador e teria de esperar uns anos para, aí já como Seleccionador, entrar na história da «equipa de todos nós». 24 internacionalizações é, de facto, pouco para um jogador da sua enorme dimensão, mas Oliveira também sofreu com o tempo de indefinições em que estava, à altura, mergulhado o conjunto das quinas.

Solidário com o afastamento de Pedroto de técnico do FC Porto, António Oliveira sairia para Penafiel onde iniciou carreira como jogador-treinador. Por pouco mais de um ano. Daí seguiria para Alvalade onde, nas épocas de 1981 e 1982 deslumbrou os adeptos do Sporting com momentos dos mais extraordinários visto num jogador português. Também no Sporting foi jogador-treinador até resolver por um ponto final na carreira e dedicar-se à função de técnico na qual obteve os seus grandes triunfos.