sábado, outubro 23, 2010

BESIKTAS-FC PORTO, 1-3


O FC Porto é feliz nas margens do Bósforo. Depois de aqui ter vencido há três anos, para a UEFA Champions League, o Dragão voltou a sair a sorrir do Estádio Inonu, depois de enfrentar um ambiente hostil e um adversário de respeito. Desta vez, contudo, houve ainda que lidar com uma arbitragem caseiríssima, que mais não fez do que despertar a chama azul e branca. O resultado final de 1-3 diz tudo acerca da qualidade e da entrega da equipa de André Villas-Boas.



O Dragão estava avisado para tudo: para a valia da equipa da casa e para o fervor dos seus apoiantes, que tornam o recinto num inferno sonoro onde é fácil perder a compostura. E estava também preparado para jogar o seu futebol, indiferente a factores externos. A história deste triunfo, todavia, fica maculada por uma arbitragem criticável e parcial em lances decisivos. O lance mais absurdo aconteceu ao minuto 35, quando Falcao voou para o segundo golo e, provavelmente, para a sentença precoce, mas viu o seu festejo interromp
ido pelo apito do juiz. Sem explicação. Curiosamente, o árbitro espanhol não teve dúvidas em expulsar Maicon já perto do intervalo, voltando de imediato à cegueira selectiva ao perdoar uma grande penalidade ao Besiktas, por atropelamento a Falcao…

A injustiça e a inferioridade numérica só acentuaram a entrega do FC Porto, que entrou para a segunda metade com o intuito de bloquear a remontada do Besiktas e aproveitar os espaços que ficassem livres. E foi assim que chegou ao 0-2, com Alvaro Pereira a lançar Hulk e este, à saída do guarda-redes e com toda a classe, a dirigir o couro para as redes. Resolvido? Teoricamente sim, na prática não. Isto porque o árbitro continuava a querer ser figura destacada e perdoava cartões atrás de cartões. A aplicar o critério que ditou a posterior expulsão de Fernando, Nihat e Necip teriam de deixar o relvado a mais de meia hora do fim, por acumulação de admoestações.

A tudo respondia o FC Porto com sagacidade táctica, solidariedade e empenho máximo. O Besiktas acreditou sempre, deu o seu melhor, mas o Dragão manteve-se intransigente. E, com todo o merecimento, chegou ao 0-3, com Hulk, após arranque de Alvaro Pereira e assistência de Belluschi, fez pura magia. Trocou as volta
s ao marcador e colocou no ângulo. Perfeito. O Inonu aplaudiu o brasileiro e, no tributo individual, reconheceu claramente que a equipa de André Villas-Boas tinha sido superior. Contra turcos e… espanhóis.

FICHA DE JOGO

UEFA Europa League
Grupo L, 3ª jornada, 21 de Outubro

Estádio Inonu, em Istambul
Árbitro: Carlos Clos Gómez (Espanha)
Assistentes: Juan Galindo e Luís Martinez
Assistentes adicionais: Javier Fernandez e José Romero
4º árbitro: Ignacio Villanueva

BESIKTAS: Arikan; Hilbert, Zapotocny, Toroman e Uzulmez «cap.»; Ernst, Necip e Rodrigo Tabata; Nihat, Nobre e Bobô
Substituições: Zapotocny por Kucik (70m), Uzulmez por Koybasi (78m) e Nobre por Gulum (83m)
Não utilizados: Rustu
Treinador: Bernd Schuster

FC PORTO: Helton «cap.»; Sapunaru, Rolando, Maicon e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi e João Moutinho; Hulk, Falcao e Rodríguez
Substituições: Falcao por Otamendi (46m), Rodríguez por Varela (74m) e João Moutinho por Guarín (80m)
Não utilizados: Beto, Walter, Ukra e Ruben Micael
Treinador: André Villas-Boas

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Falcao (26m), Hulk (59 e 77m) e Bobô (90m)
Disciplina: Cartão amarelo a Nihat (30m), Fernando (31 e 88m) e Uzulmez (69m). Cartão vermelho a Maicon (43m).