É necessário recuar até 1996-97 para encontrar um percurso capaz de rivalizar com a actual performance do FC Porto de Villas-Boas. Nesse ano, em que o clube se sagrou tricampeão a caminho do “penta”, António Oliveira somou 12 vitórias e dois empates, num registo que começou, curiosamente, também com a conquista da Supertaça frente ao Benfica (1-0). O primeiro percalço da época ocorreu logo na jornada inaugural, com um 2-2 contra o V. Setúbal, no Estádio das Antas. Daí em diante, entre jogos para o campeonato e para a Liga dos Campeões, os “dragões” somariam só mais um empate (0-0 ante o Estrela da Amadora) nas 15 partidas seguintes.
Se recuarmos até à temporada 1985-86, concluímos que só o actual FC Porto supera este início de época. Sob as ordens de Villas-Boas, a equipa leva já 13 triunfos em 14 jogos, o último dos quais obtido em Istambul, para a Liga Europa. A única pedra no sapato dos “azuis e brancos”, nesta altura, chama-se V. Guimarães, adversário que obrigou o líder do campeonato a ceder dois pontos na última jornada. Mais nenhum conseguiu travar os “dragões”, que pelo caminho já defrontaram clubes como o Benfica (que voltarão a encontrar na 10.ª ronda da Liga), Sp. Braga ou Besiktas.
Foi precisamente a pretexto da convincente vitória obtida anteontem, na Turquia, que o presidente do FC Porto puxou dos galões para provar quão certeira foi a sua aposta no actual treinador. “Foi o 14.º jogo oficial do FC Porto, treinado por Villas-Boas, o tal que dizem que contratei à pressa, e foi a 13.ª vitória. Espero que esta exibição, com dez e nove jogadores [devido às expulsões de Maicon e Fernando], e com uma arbitragem inacreditável, cale de vez os Bin Laden do futebol português”, ironizou Pinto da Costa no final do encontro.
É verdade que Villas-Boas perdeu em Guimarães a hipótese de igualar a melhor série de triunfos consecutivos (11 contra 13) no início do campeonato, alcançada por Mihaly Siska, nos anos 1930, mas também é certo que a vantagem de sete pontos sobre o segundo classificado da Liga lhe dá uma confortável margem de manobra para atacar o título.
“Ainda vai haver muito campeonato, mas creio que o FC Porto tem uma grande, grande, vantagem para ser campeão”, analisa Jesualdo Ferreira, em declarações à TVI e citado pelo site Maisfutebol. “O que está a acontecer agora aconteceu nos meus primeiros três anos no FC Porto”, acrescenta. Não exactamente. Nos primeiros 14 jogos dessas três épocas no Dragão, o actual técnico do Málaga somou 10 triunfos em 2006-07, nove em 2007-08 e apenas oito em 2008-09.
