sábado, julho 25, 2009

Rui Barros

Nortenho de gema, Rui Barros nasceu em Lordelo, e foi aí mesmo que pela primeira vez competiu, no clube da sua zona. Como jovem, passou ainda pelo Rebordosa e Paços de Ferreira, até ser contratado pelo FC Porto e rapidamente conquistar o seu primeiro título: o de campeão de juniores. A qualidade técnica e a genialidade do então jovem começaram a transbordar do seu futebol, e a sua baixa estatura começava a tornar-se um enorme trunfo perante os seus oponentes. Depois de passar alguns anos emprestado a outros clubes nacionais, Rui Barros consolidou definitivamente o seu lugar no plantel sénior do FC Porto, na temporada de 1987/88 - diz-se até que no início dessa temporada esteve perto de ser dispensado. O timing acabou por ser fundamental, já que Rui se juntava a um lote de eternos vencedores - na ressaca da conquista da Taça dos Campeões Europeus de Viena. O espírito ganhador e a experiência dos seus colegas permitiu tirar o melhor do seu futebol, e foi de forma activa que participou em outras duas conquistas, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia, frente ao Ajax. Na Holanda, o golo foi da sua autoria. Foi também campeão nacional, e assumiu-se definitivamente como titular no onze portista.

Rui BarrosTitular no Porto e opção frequente na Selecção Nacional, a cobiça de grandes equipas europeias foi vista de forma natural. A magia do futebol, aliada à sua baixa estatura despertou a curiosidade da vecchia signora, que desta forma assinou o internacional português. O contrato era de dois anos, e Rui Barros cumpriu-o de forma brilhante, sendo ainda hoje recordado pelos italianos como um jogador genial e um enorme profissional. Em 95 jogos, fez 19 golos e conquistou uma Taça de Itália e uma Taça UEFA. No defeso da temporada 90/91 mudou-se para o Mónaco de Arsène Wenger, fazendo com George Weah uma das mais ferozes duplas ofensivas da Europa. Venceu a Taça de França e foi finalista da Taça dos Vencedores das Taças em 1992, que acabaria por perder frente ao Werder Bremen. Três anos volvidos, transferiu-se para o Marselha, jogando ao lado de Paulo Futre.

Na temporada de 94/95 terminou o seu ciclo no exterior, e voltou ao seu clube do coração para 5 temporadas de grande qualidade, ajudando o clube a sagrar-se penta-campeão, vencendo também 2 Taças de Portugal e 3 Supertaças. Rápido, imprevisível, Rui era um avançado que dava enorme profundidade à equipa, pelas várias funções que simultaneamente cumpria em campo. Além de um criativo, era também um bom rematador, finalizando com a mesma qualidade com que se desmarcava ou servia para outro marcar. Era esse mesmo o trunfo de Rui Barros: a disponibilidade, o trabalho de equipa, e um coração em tudo oposto à sua altura.