Derrota com a Naval, há 10 meses, despertou o dragão para registos notáveis. Nunca mais perdeu na Liga Sagres e esteve arrasador fora de casa: 11 vitórias, um empate, 36 golos marcados.
HÁ 300 dias que o dragão não perde na Liga. A última derrota foi em 1 de Novembro de 2008. Na Figueira. O dragão estava em sono profundo, narcotizado por duas derrotas a quente: Leixões e Dínamo Kiev, dois socos dentro de casa.
Abanado, abalado, ensonado, aterrou direitinho no quintal figueirense: três derrotas consecutivas! À data, não havia memória.
Foi um escândalo, um cativeiro emocional, uma cama de pregos, um problema que reclamava urgência, sob pena de o FC Porto entrar em coma. A deslocação que se seguiu à Figueira da Foz, decisiva para a continuidade na Champions, resolveu o assunto: o dragão sobreviveu ao vulcão de Kiev. Com mérito, com felicidade, com pragmatismo.
Desde a derrota frente à Naval, desde o dia dos finados, o FC Porto nunca mais perdeu para a Liga Sagres. Até hoje, 25 jogos invicto para o campeonato, 300 dias sem perder na principal competição interna.
E feitas as contas à duplicação de problemas e dificuldades que é, geralmente, actuar fora de casa, esse sinuoso mas bem sucedido percurso englobou onze vitórias e um empate em deslocações. Notável. E se olharmos ainda com mais pormenor, se olharmos, então, aos números dessa saga Sagres no exterior, o dragão em viagem nunca mais ficou a zero.
Marcou 36 golos fora de casa, sofrendo apenas nove! Depois dessa noite branca com a Naval, em 1 de Novembro de 2008, nunca mais foi ao tapete, para a Liga.
Hoje, testa essa fenomenal reacção a três derrotas seguidas com fortíssimo moral, pois com quase um ano de invencibilidade exterior nas duas frentes prioritárias, Sagres e Champions, passou incólume, e sempre a facturar, em Kiev, no Vicente Calderón, em Old Trafford...
Voltando à Liga: são 300 dias a dormir fora sem pagar a conta, registo magnífico de 11 vitórias e um empate, há 15 dias, na Mata Real, onde o dragão, reduzido a 10 por expulsão de Hulk, andou meia parte a dormir mas acordou a tempo de... não perder. Podia ter atingido mais um recorde em vitórias fora (atacava 12 jogos), mas ficou pelos 11, marca que Jesualdo divide com Oliveira (96/97) e Artur Jorge (83/84). Mas Jesualdo, que domingo carimbou a vitória 150, como técnico principal, em jogos do campeonato, tem mais com que entreter nos números: se ganhar hoje, melhora o registo inicial de 08/09, empate-vitória-empate. E chega mais descansado à próxima paragem...
