Chegou ao FC Porto em 1984/85, conquistando logo o seu primeiro campeonato - a que juntou Taça e Supertaça. Longe de imaginar que, 25 anos volvidos, estaria ligado a 16 títulos de campeão nacional, num total de 18 dos dragões. E que igualaria o presidente, que tem os mesmos títulos (47) só... no futebol. Ou seja, Franklim Pais, nascido no Porto a 7 de Dezembro de 1961 e sócio dos portistas desde pequenino, apenas não está ligado a dois campeonatos (82/83 e 83/84), uma Taça de Portugal (82/83), uma Supertaça (83/84) e a duas Taças das Taças (81/82 e 82/83) do palmarés sénior do hóquei em patins do seu clube. Mas se na altura em que se transferiu para as Antas não seria fácil sonhar com um panorama destes, hoje, como responsável por este inédito octacampeonato, Franklim sabe que está a apenas dois de colar ao... Benfica. E pode muito bem questionar-se por que motivo não poderão os seus pupilos igualar o feito do Barcelona, que em Espanha já vai em 12 festas consecutivas... E nem assim, carregado de argumentos (47 títulos!) para fugir ao padrão portista, Franklim consegue imaginar-se o herói dos adeptos. Nem mesmo quando colocado perante a possibilidade de ser um dos símbolos do clube, imagine-se, vira o discurso mais para a primeira pessoa."Vejo-me, simplesmente, como um jogador que deu o seu melhor e um treinador que dá o seu melhor. Estes títulos foram ganhos com vários grupos de trabalho, envolvem muita gente. Fundamental é o clube ter cada vez mais conquistas. O meu trabalho quem o deve avaliar são os outros. Se sou um símbolo, também não é a mim que compete dizer", refere Franklim. Ainda assim, a história diz que estamos perante o técnico que mais títulos consecutivos conseguiu. Este bicampeão do Mundo e da Europa, com 110 internacionalizações, técnico de contabilidade e pai de dois filhos, Alexandra, de 12 anos, e Leonardo, de 18 - guarda-redes dos juniores -, sabe que "há quem diga que isto é mau para o hóquei em patins e que só é notícia quando o FC Porto perde", mas deixa o aviso: "O segredo daquela casa é apenas falar em vencer. É algo que já vem de baixo, da formação, e que chega aos seniores de tal forma enraizada que se tornou normal".
