quarta-feira, junho 03, 2009

O trota mundos do pé esquerdo mágico

PAULO FUTRE

Nome: Paulo Jorge dos Santos Futre
Data de nascimento: 20-2-1966
Naturalidade: Montijo
Posição: extremo esquerdo
Clubes principais: Sporting, FC Porto, Atl. Madrid, Benfica, Marselha, Reggiana, West Ham, Milan
Jogos pela Selecção Nacional: 41/6 golos
Estreia: 21-9-1983, em Lisboa, frente à Finlândia (5-0)
Último jogo: 3-6-1995, no Porto, frente à Letónia (3-2)

Paulo Futre foi o grande trota mundos do futebol português. Por todo o lado espalhou o seu jogo feito de velocidade e dribles e deixou plateias encantadas com a magia do seu pé esquerdo. Desde muito novo que se lhe adivinhava um futuro de brilho imenso. Queimou rapidamente as etapas das camadas jovens do Sporting e, apenas com 16 anos estreou-se na equipa principal. O treinador da altura, Josef Venglos, não lhe deu, no entanto, as oportunidades que ambicionava e o pequeno ordenado que recebia deixaram-no à mercê de convites tentadores. O FC Porto levou-o para as Antas e Artur Jorge fez dele a grande figura de uma equipa que se tornaria, em breve, campeã da Europa.

Futre atingia, então, um reconhecimento internacional que, antes dele, apenas Eusébio atingira. Por pouco não foi «Bola de Ouro» do France Football (perderia a votação para Ruud Gullit), e a sua transferência para o Atlético de Madrid valeu, em 1987, 650 mil contos ao FC Porto. Há quem diga que Paulo Futre permaneceu demasiado tempo num Atlético que não conseguia ensombrar a potência de Real Madrid e Barcelona. Mas Futre pode ter ficado por muito tempo longe dos títulos que não deixava de ser, em Madrid, um verdadeiro ídolo por quem os adeptos sentiam uma paixão exacerbada. Seis anos depois, regressava a Portugal e, desta vez, ao Benfica. Com os «encarnados» mergulhados numa profunda crise financeira, não viveu na Luz tempos felizes acabando por ser vendido ao Marselha. Quatro meses depois estava em Itália e na Reggina, um clube demasiado pequeno para todo o seu talento. O seu joelho direito começara há muito a dar-lhe problemas e a fase final da sua carreira tornar-se-á um verdadeiro calvário. Ainda assinará pelo Milan, pelo qual pouco jogou, antes de experimentar o campeonato inglês e o West Ham. Novas lesões lervaram-no a anunciar o final da carreira, mas Futre foi sempre um homem e um jogador surpreendente. Regressou ao Atlético de Madrid, tentou uma experiência no Brasil, no Santos, que falhou por completo, e seguiu para o Japão onde ainda jogou no Yokohama Flugels.

Paulo Futre estreou-se igualmente muito jovem na Selecção Nacional, com apenas 17 anos, num encontro frente à Finlândia, em 1983, em Alvalade, no trajecto que levou Portugal à fase final do Euro 84. Mas, no momento das escolhas para França, o quarteto de seleccionadores, Fernando Cabrita, José Augusto, António Morais e Toni, deixou-o de fora. Só depois do Campeonato da Europa é que Futre ganhou, definitivamente, o seu espaço na equipa das quinas. Sofreu, no entanto, o drama da rotação de gerações: era a coqueluche de uma equipa que via desaparecer uma grande geração de jogadores portugueses e que tinha de esperar pelo aparecimento da que viria a ser conhecida pela «Geração de Ouro». No Mundial de 1986, a sua exclusão da equipa titular foi motivadora de polémica. Futre já era, então, a grande estrela do futebol português mas, no México, só actuaria como titular num dos três encontros efectuados. Nos últimos anos como «internacional» seria o «capitão» de uma Selecção Nacional que já contava com a arte de Rui Costa, Figo ou João Vieira Pinto… Mas Paulo Futre, massacrado por lesões, já não tinha a dinâmica dessa juventude inquieta que, então, dava os primeiros passos.